terça-feira, fevereiro 12, 2008

DERRUBANDO OS CONFLITOS DA ALMA

Lição 1
A Cura Para O Pecado

Texto Principal
Romanos 6.1-3,6,8,11-13

Introdução
As conseqüências do pecado de Adão e Eva perduram por toda humanidade.
O pecado levou a humanidade a degradação.
A Bíblia afirma que “todos pecaram e destituídos foram da glória de Deus” Rm 3.23; e “o salário do pecado é a morte” Rm 6.23

1.Início e Abrangência do Pecado
Pecado no seu sentido principal é errar o alvo, do grego hamartios, Jo 9.41. Também há no grego para descrever pecado: adikia, praticar injustiça, 1Jo 5.17; anomia, transgredir a lei, 1Jo 3.4; apistia, abandonar a fé, Hb 3.12. Ver Rm 5.12; Sl 78.10,11.
O pecado vai contra a vontade e o caráter de Deus. Deus é Santo (no hebraico qadosh e no grego hágios) e o pecado nos afasta de sua santidade.
Deus deseja ter uma intima comunhão com o homem, do grego koinonia, do latim comunicare, comunicar. O pecado afasta o homem da comunhão com Deus.
1,1 A Origem do Pecado
Agostinho nos diz que o mal é a ausência do bem, não é uma substância palpável, mas uma atitude de se afastar do certo, do Supremo Bem, de Deus: “Procurei o que era a maldade e não encontrei uma substância, mas sim uma perversão da vontade desviada da substância suprema – de ti ó Deus”. No momento que Satanás se afasta de Deus, que deseja algo contrário a vontade de Deus ele gera o mal e conseqüentemente o pecado. Ver Ez 28.15.
Satanás levou o homem e a mulher também a desobedecer a Deus, a pecar contra Deus. Gn 3; Rm 5.12-19.
1.1.1 O Coração do Pecado
O egoísmo é o coração do pecado. Nele reside o orgulho e a rebelião. No sofisma de querer ser igual a Deus, levados pelo engodo de Satanás e de sua falácia, Adão e Eva caíram e perderam a glória de Deus, Gn 3.5
1.2 A Essência do Pecado
O pecado original, herdado de Adão, é universal. Sl 51.5 Neste sentido a palavra mundo, no grego Kosmos, assume a forma de uma humanidade caída que Deus deseja resgatar Jo 3.16. Todavia, assume também uma atitude e vontade guiada pelo “deus deste século” 2Co 4.4, que é uma total rebelião e perversão contra Deus, 1Jo 3,8.
O pecado é também individual. Kierkegaard afirma que nada mais individualiza o homem do que o seu pecado. Mesmo sendo influenciado por forças demoníacas (Ef 6,11) o indivíduo é responsável por suas atitudes, Rm 14.12.
Deus sempre quis resgatar o homem de seus pecados. Este é o sentido original do sacrifício: o resgate (da palavra hebraica kippurim, expiação derivado da palavra kaphar, que significa cobrir). Deus deu ao homem a lei para orientá-lo a não pecar, porém o coração egoísta fez com que a lei ficasse enferma, pois a transgredindo o homem dava legalidade ao pecado; e aquilo que era para vida transformou-se em morte. Erradamente os gregos (estóicos, platonistas etc) e os judeus viram a força do pecado no corpo, grego soma. A força do pecado está na vontade egoísta do homem, na concupiscência da carne, do grego sarxis. Esta força só é quebrada, não pela lei, mas aceitando Jesus Cristo como salvador e seu sacrifício na cruz, Rm 4.1; 1Pe 1.18,10



2. Conseqüências do Pecado
O pecado escraviza o homem, Rm 6.16, Influencia seu caráter e lhe traz comportamentos afastados da vontade de Deus.
A culpa é inerente a consciência daquele que erra. É culpado para si e para Deus. A culpa sem arrependimento merece condenação, Tg 2.9,10; Gl 3.10
Karl Barth interroga, o que é o homem agora, após a queda e aquém da ressurreição:
“O homem é o seu próprio senhor e a sua condição de criatura é o seu grilhão, seu pecado, a sua culpa; sua morte, o seu destino; seu mundo é um caos disforme que flutua ao léu sob a ação de forças naturais, anímicas e algumas outras. Sua vida é uma aparência”.
Todavia há quem não se sinta culpado pois tem a sua consciência cauterizada pelo pecado, com ele estabelece uma sorte de compromisso, um modus vivendi. A condenação deste nesta condição também é certa. Ver 2Co 510; Rm 14.10.
A morte é o pagamento do pecado, Rm 6.23. Na Bíblia há três tipos de morte: morte física, conseqüência do pecado do primeiro homem, Gn 2.17; morte espiritual, quando a pessoa está separada de Deus, Ef 4.17,18 e morte eterna quando após julgado for lançado no lago de fogo Ap 20,14,15

3. A Cura
O único mediador entre Deus e os homens é o nosso Senhor Jesus Cristo. Só ele pode perdoar nossos pecados, 1Jo 1.9. Ele é o Sumo Sacerdote da graça, de linhagem eterna, sem princípio nem fim. Aquele que o nosso coração não encontrava descanso antes de encontrá-lo.“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que habitáveis dentro de mim, e eu lá fora a procurar-te! Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes. Estáveis comigo, e eu não estava contigo!” Nele e com ele o nosso pecado foi crucificado na cruz. Morreu o nosso velho homem e ressuscitou o novo homem, Rm 6.6-8 para viver em novidade de vida 2Co 5.17

Conclusão
“Uma das definições capitais do cristianismo é que o contrário do pecado não é a virtude, mas, sim a fé” Kierkegaard. Nietzsche declarou que a moral muitas vezes é imposta e é força de alienação. Jung afirma: “A condenação moral não liberta; ela oprime e sufoca. A partir do momento em que condeno alguém, não sou seu amigo e não compartilho de seus sofrimentos; sou o seu opressor”. Ora pecar não é só transgredir uma lei; é rejeitar a obra de Cristo na cruz e os princípios da Palavra de Deus. É algo que procede do coração humano, donde Jesus nos diz que saem os maus desígnios. Aquele que se arrepende de seus pecados, do grego metanóia voltar às costas para o pecado, e crê em Jesus, grego pisteo que significa entregar-se por completo sem ressalvas, passa para o Ministério do Espírito, 2Co 3.3-11, para a obra da graça de Deus, do grego káris, favor imerecido. Como afirma Lutero: “Só o preso é liberto, só o fraco é robustecido, só o humilde é exaltado; só o que está vazio se farta. Apenas o nada se torna algo”.
Vivendo segundo o fruto do Espírito, Gl 5.22,23, contra o qual não há lei ou moral imposta, pois a lei de Cristo é espírito e vida.

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