quarta-feira, setembro 13, 2006

A RAZÃO EM HEGEL

A Filosofia preocupada em garantir a diferença entre a mera opinião (“eu acho que”, “eu gosto de”, , “eu não gosto de”) e a verdade (“eu penso que”, “eu sei que”, “isto é assim porque”), considerou que as idéias só seriam racionais e verdadeiras se fossem intemporais, perenes, eternas, as mesmas em todo tempo e em todo lugar. Uma verdade que mudasse com o tempo ou com o lugar seria mera opinião, seria enganosa, não seria verdade. A razão sendo a fonte e a condição da verdade teria também que ser intemporal.
É essa intemporalidade atribuída à verdade e à razão que Hegel criticou em toda filosofia anterior. Hegel afirmou que a razão é histórica e que a mudança, a transformação da razão e de seus conteúdos é obra racional da própria razão. A razão não está na História; ela é a História; a razão não está no tempo, ela é o tempo. Ela dá sentido ao tempo. A razão é a unidade necessária do objetivo (a verdade está no objeto) e do subjetivo ( a verdade está no sujeito). Kant deu prioridade ao sujeito do conhecimento, enquanto inatistas e empiristas davam prioridade ao objeto do conhecimento. Em Hegel esses conflitos são a história da razão buscando conhecer-se a si mesma e graças às contradições entre as filosofias a Filosofia pode chegar à descoberta da razão como síntese, unidade ou harmonia das teses opostas ou contraditórias. Para Hegel o Espírito nunca está em repouso, mas é concebido sempre num movimento progressivo; a razão é o agir de acordo com um fim.
Enquanto para Kant o fenômeno indicava aquilo que no sujeito do conhecimento, sob as estruturas cognitivas da consciência, isto é, sob as formas do espaço e do tempo e sob os conceitos do entendimento; fenômeno para Hegel é mais amplo que para Kant, tudo o que aparece só pode aparecer para uma consciência e que a própria consciência mostra-se a si mesma no conhecimento em si, sendo ela própria um fenômeno. Hegel aboliu a diferença entre consciência e o mundo. Fenômeno interior é a consciência e fenômeno exterior é o mundo como manifestação da consciência nas coisas.
O fundamento do sistema ou visão do mundo de Hegel é a noção de liberdade. A Historia pode ser vista como um progresso em direção á liberdade. No progresso do Espírito, existem suas manifestações. A mais baixa manifestação do Espírito é a Natureza e a mais alta é a cultura. Na cultura o Espírito se realiza como Arte, Religião e Filosofia, numa seqüência que é o aperfeiçoamento rumo ao término do tempo. Em lugar de opor religião e filosofia, Hegel faz da primeira uma etapa preparatória da segunda.
Segundo Habermas a filosofia , ou melhor , o pensamento filosófico transformou-se depois de Hegel. Não podia ser mais compreendido como filosofia, mas como crítica. Crítica ao caráter elitista da filosofia tradicional. Também a filosofia após Hegel dividiu-se, rompeu-se a unidade entre filosofia teórica e a filosofia prática. Com os jovens hegelianos, com as motivações sistemáticas desenvolvidas pelo marxismo, pelo existencialismo e pelo historicismo, a filosofia prática conquistou independência.
Hegel foi o último filósofo sistemático, até ele havia uma unidade entre filosofia e ciência, teoria e prática.

ARTE E SOCIEDADE

Adorno, Marcuse e Benjamin

A ambivalência do esquecimento corresponde à da memória: instrumento de inculcar deveres opressivos, ela se torna arma da revolução, motor da negatividade criadora, no instante em que o Espírito revive seu calvário (Hegel) ou em que o paciente recorda os traumas originários da neurose (Freud).

O absoluto que consiste em “pôr-se a si mesmo”, isto é, em desdobrar-se ante a consciência, é o que Hegel chama Espírito... O Espírito é a um só temo desdobramento e reflexão. O Espírito se torna outro, para si próprio. Por isso, a despeito de ser a substancia de todos os seres, ele só é, em grau superior, nos seres dotados de reflexão, e por isso a Fenominologia é a crônica da vida do Espírito enquanto ele se confunde com os diversos estágios da consciência e da historia da humanidade.

Na Filosofia da Religião, o filósofo [Hegel] não poderia ter sido mais explícito: “...a história do conteúdo de Deus é também, essencialmente, história da humanidade, o movimento de Deus em direção ao homem e do homem em direção a Deus”.

A exaltação frankfurtiana da dignidade da consciência crítica reconhece no Absoluto que se transforma consciente da sua transformação um claro e ilustre ancestral. Assim Adorno reencontra Hegel quando afirma que também na obra é o Outro – a brecha que contesta, pela diferença, a opressão da sociedade. Todo grande artista prefere a ruptura à falsa harmonia da forma identificante, assimiladora, igualitária.Este foi o desafio de Mahler em cuja obra “a ruptura se torna lei formal”, e de Kafka, cuja forma era “negada” pelo conteúdo da sua narrativa.

O estilo que testemunha a desumanização não pode transmitir o naturalmente humano, o valor e a qualidade que a repressão destrói ou neutraliza, O estilo que presencia a violência é ele próprio vítima da tortura: é como forma amaldiçoada e retorcida que se recusará a dizer, numa última resistência, num protesto tão raivoso quanto inútil contra a falta do sentido real... A ruptura do estilo é uma forma de guerrilha, uma estratégia de subversão estética inspirada no anelo desesperado da subversão real.

Por não ser, a rigor uma simples estética, e sim uma ética utópica modelada artisticamente, a teoria de Marcuse expõe sempre uma arte triunfante, baseada na expressão tranqüila e plena de uma harmonia superior. A vida na sociedade sem repressão é uma obra de arte clássica. Em contraste com esse esteticismo glorioso, a arte segundo Adorno é a encarnação do desespero, da revolta e da dilaceração.

O culinário em arte representa a vitória do “gostoso” sobre a profundidade emotiva e a carga intelectual do verdadeiro processo estético.

Lucáks explica a relação entre a obra de arte e a realidade através da categoria de reflexo-reflexão. A obra de arte reflete o mundo e ao mesmo temo reflete sobre o mundo.

Lucáks vira no romance a mediação dialética entre duas formas literárias historicamente anteriores a épica e a tragédia. O espírito da epopéia seria o sentimento de comunhão do homem com o mundo; o espírito da tragédia, a denúncia da desarmonia entre o indivíduo e a comunidade, entre o humano e a ordem social. Definido em relação a ambos esses pólos, o romance representaria a solidão, porque o herói romanesco, tal como protagonista da tragédia, procura valores que inexistem na sua sociedade. Mas a solidão acompanhada de uma certa ligação com a coletividade, porque esta, tanto quanto herói à procura deles, desconhece os valores qualitativos, as normas autênticas. O herói só se opõe ao mundo enquanto os busca, porque a sociedade não o segue nessa caça axiológica.

sábado, setembro 09, 2006

A HOMILÉTICA E A RETÓRICA

A HOMILÉTICA E A RETÓRICA
Professor Márcio Rúben
INTRODUÇÃO
A homilética é a arte de elaborar e apresentar sermões. Logo, se a elaboração de sermões pode existir sem preparativos com maior razão poderá existir – com a arte e cuidados. A homilética nos leva a falar com mais coerência, organização, desenvoltura e propriedade. A história geral do mundo tem sido feita por homens que sabiam falar, que sabiam exprimir uma mensagem, que compeliam as pessoas a agir. Homens com sermões que faziam diferença no dia a dia.
ASSUNTO
É muito importante saber o que você vai falar. Leia, pesquise, domine o assunto. Pedro em seu sermão não se levantou para fazer uma série de observações isoladas, pois havia forma bem definida. Antes mesmo de começar é preciso saber aonde queremos chegar. Também é muito importante haver progressão de pensamento de maneira que o primeiro ponto conduza ao segundo e o segundo a um terceiro etc. Sondando o texto com perguntas encontraremos o assunto que deve dominar o sermão, o qual está ligado a toda Bíblia,
A INTENÇÃO
Na pregação importa recorrer de preferência ao raciocínio dedutivo, isto é. Pensar e exprimir-se de forma sistemática ligando a passagem em questão a outros versículos e passagens bíblicas, embasam a mesma doutrina ou ensinamento. O mais importante do sermão não é a persuasão, mas fazer com que os ouvintes aprendam a discernir, a entender a verdade. Mesmo os termos difíceis da teologia devem ser aplicados e explicados. Possuímos a revelação e precisamos torná-la compreensiva.
III. A FORMA DO SERMÃO
Em primeiro lugar, se o meu sermão não estiver claro e bem ordenado em minha mente não posso pregá-lo a outras pessoas, pois para facilitar o acompanhamento da mensagem ela precisa ser organizada. Na introdução começa-se por exprimir logo de entrada o que se pretende dizer e apresentar-se a idéia geral. Pode-se começar na forma de conselho, fazendo referência com elogios ou reprovações, ou diretamente a questões que dizem respeito aos ouvintes de modo geral. Importa-se obter a atenção dos ouvintes para todas as partes do sermão, não só na introdução. Então sempre que se oferecer ocasião devemos nos dirigir aos ouvintes chamando a atenção deles à importância do que estamos dizendo e do que vamos dizer. É um erro pensar que o apelo só faz parte do final do sermão. O apelo é parte integrante da pregação. Colabora bastante aprender a se relacionar com os ouvintes, saber que estão ali porque querem nos ouvir, que é essencial como se fala: não tente falar como se escreve pois perde-se a naturalidade. Enquanto o estilo escrito é mais exato o estilo das discussões é o mais dramático. Por exemplo, as freqüentes repetições da mesma palavra são censuradas no discurso escrito porém nas pregações são meios da própria ação.
A NARRAÇÃO E A METÁFORA
Ao narrar procure a justa medida: nem a rapidez, nem a concisão excessiva. Na narração conceder-se-á ainda a expressão (drama) assim como a metáfora. É naturalmente agradável a todos aprender sem dificuldade. Este é o efeito produzido pela metáfora; põe o fato diante dos olhos, faz ver os fatos tais quais são. Traz a principal virtude do estilo: a clareza. O estilo da pregação assemelha-se ao desenho em perspectiva, quanto mais numerosa é a multidão dos espectadores, mais afastado deve ser o ponto donde se olha. Pelo que, a exatidão dos pormenores é supérflua e causa mau efeito tanto no desenho como no discurso. Todavia nem a narração, nem a metáfora, devem ser ridículas, inconvenientes, excessivamente pomposas e trágicas ou obscuras pois trazem frieza ao sermão.
A TRANSIÇÃO
Para se falar com pureza e coerência é preciso o uso de conectivos e sentenças de transição. Palavras que ligam orações, tais como: portanto, embora, conforme, isto é, a fim de que, todavia, desde que, etc. As orações de transição para se estabelecer uma conexão suave entre proposição (declaração simples, mas específica, da verdade eterna do sermão) com o corpo sermão. A sentença de transição une o sermão e suas divisões. É importante tornar claro cada passo, o que será tratado na próxima fase da mensagem. No lugar das conjunções, nas transições, usam-se palavras específicas, como: aspectos, benefícios, causas evidências, critérios, fatores, motivos, observações, razões, respostas, verdades, etc. O uso de transições e conectivos leva a um estilo coordenado que não tem fim, todavia ninguém há que não deseje ver claramente o fim das coisas. Portanto é de bom grado que o assunto chegue ao termo. Obs.: Outra forma de ampliar a mensagem consiste em empregar definições. Alguns usam, talvez indevidamente, falar de coisas alheias ao assunto.
A CONCLUSÃO
O início da conclusão consistirá em declarar que expomos o que tínhamos prometido, por conseguinte devemos relembrar o que pretendemos expor ou demonstrar.
A DISCUSSÃO
O desdobramento da mensagem envolve a explanação, a argumentação e a demonstração. Contudo a simples argumentação não cumpre o instrumento do pensamento verdadeiro, pois quem o cumpre é a lógica demonstrativa. O pensamento verdadeiro exprime a realidade da coisa pensada, portanto, a lógica nos leva a definição do assunto estudado. A definição deve dar o quê, o porquê, o como e o conceito (qual o resultado) do assunto investigado, da mensagem a ser explanada. Por exemplo, o assunto é o poder espiritual: Que é o poder espiritual? Por que o poder espiritual? Como se obter o poder espiritual? Quais são os resultados do poder espiritual? Isto nos oferece a essência do assunto investigado e a maneira de ver o texto de forma mais ampla, conduzindo-nos a um enunciado ou afirmação de caráter moral e ético. Não basta que nossas palavras sejam intencionalmente coerentes, elas precisam ser estruturadas sobre a realidade, sobre a experiência, sobre algo que pode conectar, o pregador aos ouvintes pois eles ouvem em geral o que previamente se identificam e de maneira inteiramente individual.
A PESQUISA
Verificar os antecedentes históricos e culturais do texto: autor do livro, destinatário, época, contexto cultural, geográfico, político, teológico e as confirmações arqueológicas. Verificar palavras, frases, idéias que se repetem. Observar os verbos principais, o tempo verbal que domina o texto, a direção da ação: passivo e ativo. A pesquisa depende de como queremos a conduzir, pois a discussão comporta três gêneros: deliberativo, judiciário e demonstrativo. O gênero deliberativo, isto é, que procura resolver questões aconselhando ou desaconselhando; tem por objeto uma visão futura da aplicação do texto. O gênero judiciário procura acusar ou defender, fixa a investigação no passado, nos fatos pretéritos. O gênero demonstrativo tem como alvo o presente porque toda a pesquisa visa a conduta elogiando ou censurando, todavia na demonstração acontece que utilizamos a lembrança do passado ou presumimos o futuro.
ENSAIOS
Podemos desenvolver sermões demonstrando os seguintes enunciados (concordando, discordando ou apresentando soluções):
Nossos sentimentos falam mais que a razão. Ex: Lc 24.32;
Conhecer é recordar a verdade que já existe em nós. Ex: Rm 8.29;
A razão é a unidade necessária do objetivo e do subjetivo. Ex: 2Co 12.2;
A razão está destinada ao fracasso se não aceitar novos princípios. Ex: Fp 3.8;
A razão possui uma estrutura universal. Ex: Rm 2.14;
A liberdade da razão nos faz sentir andarilhos sobre a terra. Ex: Hb 11.13
Encontro no meu espírito a idéia de um Ser infinito e perfeito. Ex: At 17.23
Estamos condenados a liberdade, pois tanto conformar-se ou resignar-se é uma decisão livre. Ex: 1Co 6.12;
Conhecer é passar da aparência a essência. Ex: 1Co 13.12;
A razão na batalha interna entre teses e antíteses vai sendo enriquecida. Ex: 1Co 14.20;
Somos seres naturalmente passionais, porque sofremos a ação de causas exteriores a nós. Ex: 2Co 6.14;
A razão é anterior a experiência; a razão oferece a forma e os sentidos a experiência. Ex: 1Pd 3.15;
O pensamento mítico reúne experiências e narrativas que levam a explicação das coisas. Ex: 1Sm 12.20,21;
O método é o modo seguro de aplicar a razão a experiência. Ex: Dt 6.9;
O pensamento verdadeiro exige procedimento de prova e demonstração. Ex: Mt 17.2;
A moral racionalista transforma tudo o que é natural e espontâneo nos seres humanos em vício e culpa. Ex: Mt 23.4;
O importante é o que vamos fazer com o que fizeram de nós. Ex: At 16.25;
Nosso psiquê é um campo de batalha inconsciente entre desejos e censuras. Ex: Rm 7.23;
É livre aquele que tem em si mesmo o princípio para agir e não agir. Ex: Gn 3.6;
A liberdade é a capacidade para darmos um sentido novo ao que parecia fatalidade. Ex: Rt 1.16;
O ser humano é mais livre na companhia dos outros do que na solidão, pois somente os livres são gratos. Ex: At 2.42;
Todo fato ou idéia deve passar pelo crivo da dúvida metódica. Ex: 1Co 14.29;
É a própria consciência que constitui os fenômenos. Ex: Mc 13.10;
Todos os homens têm por natureza o desejo de conhecer. Ex: At 1.10;
Sentimos e percebemos totalidades estruturadas dotadas de sentido ou de significação. Ex: Ne 6.12;
A memória hábito é um automatismo psíquico que adquirimos pela repetição contínua de alguma coisa. Ex. Lc 22.19;
A palavra longe de ser um simples signo dos objetos e das significações habita as coisas e veícula significações. Ex. Rm 10.8;
Cada campo do conhecimento tem seu próprio método. Determinado pela natureza do objeto. Ex. 1Co 9.22;
O conhecimento verdadeiro é o conhecimento das causas e tudo o que existe possui causa. Ex Jo 14.10;
O mundo verdadeiro é o das essências imutáveis. Ex. 2Co 12.14;
A mudança ou transformação é a maneira pela qual as coisas todas as potencialidades contidas em sua essência. Ex. Lc 17.6;
Os objetos existem na medida em que são percebidos. Ex: Gn 1.2,3;
Somos resultado e expressão de nossa história de vida. Ex: Jo 4.17;
Um homem que escolhe viver a vida moderna intensamente deve ser extemporâneo. Ex: 1Co 15.29;
A raiva das pessoas revela muito das suas preocupações, e é a única paixão que requer palavra e razão. Ex: Ef 4.26;
Sabemos muito pouco para sermos dogmáticos e muito para sermos céticos. Ex: Jo 3.1,2;
Não basta a ciência ser internamente coerente, ela deve ser também ciência sobre a realidade. Ex: Lc 11.52;
A conceitualização empobrece e deforma os fenômenos. Ex: Mc 3.30;
Existe incompatibilidade entre o conhecimento da natureza e o conhecimento da história. Ex: Rm 8.22;
Um indivíduo representa a espécie humana. É ele e é todos, é um indivíduo e o representante de todas características da espécie humana. Ex: 1Pd 2.24;
A felicidade reside na existência imortal do intelecto contemplando o Ser Eterno. Ex: Is 41.10;
A felicidade é a alegria puramente subjetiva que acompanha o sucesso na realização dos nossos planos. Ex: At 7.55;
Uma pessoa individual humana, quanto mais pessoa é, costuma ser muito rápida em seu agir. Ex: At 21.13;
A verdade de cada objeto está nas suas fronteiras com os outros. Ex: Lc 9.49,50;
Com efeito o que está muito afastado não inspira temor: todos sabem que hão de morrer, mas como esta eventualidade não está próxima não se preocupam com isso. Ex: Lc 12.19;
Uma coisa acontecerá se todos seus antecedentes naturais já se tiverem verificado. Ex: Mt 24.32,33;
A boa vontade é o único bem incondicional. Ex: Lc 2.14;
Enchentes ferem os homens não porque eles sejam pecadores, mas porque não construíram represas. Ex: Jo 9.2;
A elite tem como preocupação básica a auto preservação confortável. Ex: Mt 2.3,4;
O entendimento humano, ao misturar sua própria natureza com as das coisas, deforma e desfigura as imagens. Ex: 1Sm 16.7;
A contemplação das idéias e do Ser Eterno são a fonte do conhecimento. Ex: Jo 17.5,7,8.
X. O SERMÃO EFICAZ
“O pregador que aponta para um só alvo, alcançara vários objetivos.” Noyes
“A pregação com autoridade é eficaz. Há algo no coração humano que responde ao que se proclama com convicção.” Crand
“Você precisa de força suficiente em seu discurso e em seu assunto para levar os ouvintes acima da terra, a qual estão apegados por natureza e elevá-los para mais perto do céu.” Spurgeon
“Numa pregação evangelística, não busque curar a ferida antes de o ferimento ser sentido.” Moody
“Um sermão tem algo parecido com uma estrada, somente quando chegamos a uma bifurcação do caminho, nos detemos para pensar qual o rumo que devemos tomar.” Gerrison
“Um pregador sempre deveria estar crescendo, avançando e se desenvolvendo de maneira tal que aquilo que não era capaz de fazer em seus dias de juventude, deveria poder fazê-lo na idade madura e na velhice.” M. Loyd-Jones
“O que se faz necessário no púlpito é autoridade. A maior necessidade da Igreja atual consiste em restaurar essa autoridade ao púlpito.” M. Loyd-Jones
“Um sermão fraco se faz quando Cristo não está nele.” J. Edwards
“No que consiste a pregação? Em lógica pegando fogo! Em raciocínio eloqüente! É a teologia em chamas.” M. Loyd-Jones
A ESTRUTURA DA MENSAGEM
Título: È o anúncio adequado do sermão. Deve ser interessante, mas digno do púlpito. Importa que seja breve;
Introdução: É o processo pelo qual o pregador procura preparar os ouvintes e prender-lhes o interesse pela mensagem. Deve ser breve e interessante;
Proposição: Deve expressar a idéia principal do sermão. Deve ser específica. Formulada no tempo presente, é a afirmação de uma verdade vital e eterna.
Divisões: Devem originar-se da proposição e desenvolvê-la;
Discussão: É o desdobramento das idéias contidas nas divisões;
Ilustrações: É o meio de clarear a compreensão de um sermão através de um exemplo. Não se deve exagerar e deve ser apropriada, clara e acreditável;
Aplicação: Na aplicação relaciona-se o sermão as necessidades humanas. Pode-se usar a imaginação para dar vida a textos bíblicos. Sem deturpá-los, é claro!
Conclusão; É o clímax do sermão. Pode ser um apelo ou um desafio imperioso. Breve e simples, pode ser a reprodução do pensamento principal do sermão ou a própria citação do texto principal lido.
Observações: Uma proposição para ser vigorosa e direta precisa ser limitada e não se detém em referências geográficas ou históricas. Mantenha um contato ocular constante com povo, olhando com pouca freqüência para as anotações. Não tenha pressa para passar de uma divisão para outra, porém condense seus sermões para não cansar a congregação.
XII. O PREGADOR (Idoneidade)
Crê na verdade, tem o desejo de servir, sabe que forma ideais, estuda e conhece as Escrituras, compreende as diferenças humanas e culturais, não é etnocêntrico, tem na transformação de vidas maior alegria do que em si mesmo, do que sua eloqüência. Sabe que está ali entre Deus e os homens, falando entre o tempo e a eternidade. Tem convicção bíblica. E assegura a liberdade de raciocínio. Seu testemunho é o sermão que toca fundo no coração do ouvinte. Tem cheiro de ovelha porque sempre está no meio e em contato com as pessoas.
CONCLUSÃO
Mais que a pregação precisamos amar as pessoas a quem pregamos. O coração humano está faminto de compreensão e aproximação. Estamos entre a vida e a morte. Ao subir ao púlpito é preciso pedir a Deus que ele fale ao povo por seu intermédio. Você estará falando de Cristo, em Cristo e por Cristo Jesus nosso Senhor e Deus Bendito eternamente. Amém! Ora Vem Senhor Jesus!