segunda-feira, julho 18, 2011

O Apóstolo Paulo

O Apóstolo Paulo

Nasceu de família judaica em Tarso, na Cilícia (Ásia Menor). At 9.11,39; 22.3; 28; Rm 11.1; Fl 3.5. Seus pais provavelmente possuíam os direitos de cidadãos romanos, logo ele nasceu cidadão romano ( At 16.37; 22.25-28; 23.27; 25.10). No ano 62, quando escreve para Filemon se dizia ancião (v. 9), portanto calcula-se que ele nasceu no princípio do primeiro decênio depois de Cristo. Conforme costume judaico o jovem tinha dois nomes um hebraico Saulo (desejado) e outro grego ou romano, gr. Paulos, lat. Paulus (pequeno). No espírito jovem exerceram influência três grandes correntes culturais da época: a judaica, que primava pela religião (ideal do homem religioso); a grega, que se distinguia pelo amor á sabedoria (ideal do homem filósofo); a romana, ilustre pelo culto do direito e da ordem (ideal do homem jurista). Com efeito, a primeira formação que Paulo recebeu de seus pais, o introduziu nas observâncias da lei; conforme a tradição dos fariseus, aprendeu a arte de curtir peles. Aos 13 ou 15 de idade, foi enviado a Jerusalém a fim de estudar na escola de Gamaliel, famoso mestre, a sabedoria exegética dos rabinos (At 22.3). Juntamente, porém, com as tradições judaicas crescia no ambiente da cultura greco-romana. Como criança e posteriormente como homem maduro Paulo tomou conhecimento da literatura e da filosofia helenística, das quais soube fazer uso na pregação do Evangelho (At 17.28; Tt 1.12; 1Co 15.33; At 17.22-31).

O apóstolo nos deixou 13 epístolas, dispostas em ordem cronológica: 1 e 2Ts, Gl; 1 e 2Co, Rm, Cl, Ef, Fl, Fp, 1Tm, Tt, 2Tm. Gálatas e 1 e 2 Coríntios e Romanos são ditas “grandes epístolas”, Cl, Ef, Fl, Fp epístolas do cativeiro (Roma 61/63) e 1 e 2Tm, Tt epistolas pastorais. Paulo desejava que todas fossem lidas em público (1Ts 5.27) mesmo quando o assunto parecia pessoal (Fl 2) e em outras Igrejas (Cl 4.16). A língua originária das cartas paulinas é o grego koiné ou comum, difundido em todo Império Romano. O apóstolo possuía bem essa língua e suas minúcias, como demonstram algumas das passagens mais vivas e famosas do NT: 1Co 2.6-16; 13.1-13; 15.1-58; Rm 8.35-39; Cl 1.9-28; Fp 2.6-11. Sabia usar de muitas figuras literárias (interrogações retóricas, antíteses...) de comparações muito vivas tiradas dos espetáculos, dos jogos públicos, do Direito civil, assim como da vida quotidiana dos soldados, atletas etc (1Co 9.24-27; Fp 3.12; Ef 6.11-17; 1Tm 6.12; 2Tm 4.7). É importante notar que o apóstolo não procurava artifícios literários nem exagerava na importância da forma exterior de suas epístolas (1Co 2.1-6; 2Co 11.6). Seu modo de se expressar era primariamente espontâneo e sempre muito real de sua vida com Deus. Além disso, Paulo não podia deixar de empregar em grego, muitas expressões de origem hebraica (semitismo), que dificulta o entendimento de certas passagens. Assim usava de termos concretos em lugar de abstratos: carne, no sentido de carnalidade, vida conforme a carne; pecado no sentido de pecaminosidade ou tendência ao pecado; século, no sentido de mundo sensível. Empregava também substantivos com valor de adjetivos: riquezas da glória, para significar grande glória (Rm 9.23; Rm 2.4; 11.3); os espirituais da maldade, designando os espíritos maus (Ef 6.12). Os escritos de Paulo foram reconhecidos e declarados por autoridade apostólica tão logo apareceram. Em 2Pd 3.15-16 Pedro coloca as epistolas de Paulo no mesmo nível com “as outras escrituras”.

Paulo era oposto à atitude estóica que negava a angústia, julgando que confessá-la não é digno do homem perfeito. Ele reconhecia as tribulações que o afligiam: 2Co 1.8; 7.5; 11.23-27; 12.7. Não só aguardava a parusia do Senhor em vida (1Ts 4.17; 1Co 15.51) como sentia perspectiva da morte, do martírio (2Co 5.1-4). Consciente de sua impotência, em oposição ao orgulho dos judaizantes, sabia que sua missão não era meramente humana, mas devia-se a ação de Deus, ou seja, a um tesouro divino que Paulo trazia em vaso de argila (2Co 4.7-10). Para o cristão não há sofrimento que seja apenas sofrimento, morte que seja apenas morte; mas, ao contrário, sofrimento e morte, leves e passageiros como são, preparam para glória densa e eterna do céu iniciada pela graça de Deus nesta vida (2Co 4.17).

Carta aos Romanos

Autor: Paulo

Data: 57/58

Local: Corinto, no fim da sua terceira viagem missionária, quando passava os três meses de inverno esperando a embarcação que o levaria para a Palestina. Em Rm 15.25-28 ”Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto pois lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes das bênçãos espirituais dos judeus, devem também servir a estes com as materiais.Tendo, pois, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha”. o Apóstolo anuncia que está para ir a Jerusalém, levando as esmolas dos fiéis da Macedônia e da Acaia. Paulo estava hospedado na casa de Caio sendo assistido por Timóteo, Sosípatre, Erasto (tesoureiro da cidade) e outros.

Ocasião: Os cristãos de Corinto já estavam reconciliados. O apóstolo, pois, aproveitou a época para aprofundar suas reflexões teológicas sobre “o mistério que ficara oculto durante longos séculos, mas fora manifestado recentemente e... levado... ao conhecimento de todas as nações” Rm 16.25.

Escrita: É o escrito mais longo e grandioso de todas as epístolas de Paulo. Foi ditada a Tércio (Rm 16.22 “Eu, Tércio, que escrevo esta carta, vos saúdo no Senhor.”), julga-se que a redação desta epístola durou uma centena de horas, as quais, distribuídas em serões de trabalho (Não é de esquecer que Paulo costumava elaborar as epístolas à noite, após a jornada de apostolado e trabalho manual) teriam ocupado entre 32 a 49 serões.

Estilo: Sendo a igreja de Roma desconhecida ao autor, explica-se o estilo bastante impessoal, muito mais doutrinário, teológico que apologético ou polêmico. Apresenta poucos dados históricos.

Tema: A Graça de Deus e a Justificação pela Fé. (Rm 1.17 “Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.”

Vocabulário: Justificar: Segundo A. Almeida em seu livro Hermenêutica Sagrada: A palavra justificar, assim se define no dicionário: “Provar a justiça ou a inocência de... restituir ao estado de inocência”. Em Rm 4.1-5 Paulo argumenta sobre a justificação de Abraão, mostrando que este foi justificado pela fé, e conclui: “Mas aquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”. Qual o sentido do verbo justificar? Não é “provar a justiça ou a inocência” pois como poderia deus provar a inocência do ímpio? Também não é “restituir ao estado de inocência”, porque a última clausula nos mostra que esse ato de justificar consiste em imputar como justiça o ato de crer; e imputar é o mesmo que tomar em conta, ou lançar à conta de alguém (vs. 23-24). Assim a justificação pela fé, segundo o Novo Testamento, é um ato pelo qual Deus judicialmente lança a conta de quem crê em Jesus. Aquela justiça perfeita que ele realizou mediante seu sacrifício redentor efetuado no Calvário. Lei: Em Rm 7.1-6 Paulo demonstra com a ilustração do casamento que “agora estamos livres da lei” Que lei falava o apóstolo? Aqueles que fazem diferença entre lei cerimonial e lei moral afirmam que Paulo falava da lei cerimonial. Todavia logo no versículo 7 “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum.Contudo, eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás”. o apóstolo nos fala da parte da lei que diz não cobiçaras. Ora a lei que disse não cobiçaras é o que muitos consideram a lei moral. Logo vemos que Paulo diz que estamos livres de toda lei, pois não faz distinção de leis. Claro que temos a lei de Cristo em nossos corações e somos guiados pelo Espírito para vivermos uma vida de santificação e de novidade de vida pela graça de Deus.

Algumas Palavras Gregas nas Epístolas Paulinas

verdade: alethéia (alhqeia); graça: cháris (capiV); salvação: sotéria (soteria); poder: dynamis (dunamiV); justo: dikaios (dikaioV); santo: hágios (agioV); alma: psique (yuch); espírito: pneuma (pneuma); corpo: soma (swma); senhor: kyrios (kurioV); Deus: Theos (QeoV); lei: nomos (nomoV); amor: ágape (agaph); glória: dóxa (doxa); aliança: diatheke (diaqhkh); arrependimento: metanóia (metanoia); eterno: aiônios (aiwnioV); bom: agathós (agaqoV); novo: kainós (kainoV) ; pecado: hamártios (amartioV); escritura: graphê (grafh); vida: zoê (zwh); autoridade: exusía (ecousia); igreja: ekklesía (ekklhsia); alegria: chará (cara); trevas: scotia (skotia); : pistis (pistiV); carne: sarxis (sarkiV); dom: charísma (carisma); mundo: kosmos (kosmoV); fim: telos (teloV); amor fraternal: fileô (filew); comunhão: koinonia (koinwnia); templo: ierón (ieron); Jesus: Iesus (IhsouV)

Alfabeto

a b g d e z h q i k l m n x o p r s t u f c y w

a b g d e z e th i k l m n cs o p r s t u f ch ps o

alpha, beta, gamma, delta, epsilon, dzeta, êta, thêta, ióta, káppa, lambda, mü, nü, csí, ómikron, pi, rô, sigma, táu, úpsilon, fí, chí, psi, ômega.